Seminário “Qual o futuro dos fundos de pensão frente aos processos de privatização”, realizado pela Anapar, conta com participação do presidente do Senge-PE Mozart Arnaud

Reunidos, através da plataforma digital Zoom, dirigentes eleitos e representantes de diversas entidades discutiram sobre o futuro dos fundos de pensão e como agir diante das ameaças de privatização
A Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde, Anapar, realizou, no dia 04/03, o Seminário “Qual o futuro dos fundos de pensão frente aos processos de privatização”, em formato virtual, na plataforma Zoom. O evento contou com a participação do presidente da Anapar Antônio Bráulio de Carvalho, da membra do Conselho Deliberativo da Forluz Cláudia Ricaldoni, da diretora administrativa do Bonesprev Maria Auxiliadora Alves da Silva, dos Conselheiros Fiscais da Eletros Ailton Andrade, Julia Margarida e Elizabeth Miliante Ribeiro.
O presidente da Anapar, Antônio Bráulio de Carvalho, iniciou o seminário falando sobre os desafios dos fundos de pensão no Brasil atual. “Os resultados dos fundos de pensão dependem diretamente do desempenho econômico do país. E aqui no Brasil o debate econômico está completamente fora da ordem. Parece que vivemos em outro planeta ou num mundo paralelo. Discute-se redução de gastos públicos, privatização, venda de patrimônio público. O Brasil na contramão do mundo. O cenário pós-pandemia é desafiador para o Brasil, isso inclui a realidade dos fundos de pensão”, explica.
A membra do Conselho Deliberativo da Forluz Claudia Ricaldoni falou sobre os desafios e limites de ações dos dirigentes eleitos. Em sua apresentação, Claudia defendeu que a melhor forma de proteger o direito dos participantes é mobilizando e organizando as categorias para resistir às ameaças. “Qual o papel de um dirigente eleito nesse cenário? Resistir, resistir e resistir”, enfatizou.
Os riscos e ameaças que passa a Eletrobras e o poder de mobilização da categoria foi tema abordado pelos conselheiros eleitos da Eletros e Fachesf, respectivamente, Ailton Andrade e Julia Margarida. Eles ressaltaram, em suas falas, que não há luta contra a privatização da Eletrobras sem discutir os fundos de pensão e que é preciso estar atento a esta pauta. “O processo de privatização da Eletrobras vem desde 2017 e as entidades têm lutado muito contra esse desmonte. Mas a privatização acontece em várias frentes, uma delas é o fundo de pensão”, falou Ailton Andrade.
Coube ao presidente do Senge-PE, Mozart Arnaud, responder a uma importante pergunta: Qual o norte agora? Para Mozart, com união e empenho, é possível impedir a privatização da Eletrobras, a qual considera ser um crime para o país. “Privatizar essa empresa estratégica, que envolve energia e água, é um absurdo. A sociedade precisa saber disso, nós precisamos nos unir, nos capacitar, seja em relação à previdência, seja nos assuntos jurídicos, e ter uma comunicação intensa com a sociedade e como todos os participantes”, falou. Arnaud ainda ressaltou a importância de privilegiar este fórum, junto à Anapar e demais entidades, para discutir os problemas apresentados pelos dirigentes eleitos e traçar uma estratégia coletiva contra a privatização e o desmonte dos fundos de pensão.
No final do seminário, foi elaborada uma carta aberta aos trabalhadores da Eletrobras a respeito do processo de privatização. O objetivo do documento é alertar à categoria e, em especial, aos mais de 100 mil participantes, assistidos e dependentes dos seis fundos de pensão das empresas ligadas à Eletrobras. Para Braulio, ainda falta uma comunicação efetiva com os participantes. “Tudo vem com uma capa que é muito bom para os participantes, é muito bom permitir que o participante, que hoje está com a situação financeira complicada, ter a possibilidade de retirar seus recursos de sua reserva. Só que eles não avisam que, daqui a muito pouco tempo, quando as pessoas mais precisarem de recurso, não terão mais nada”, explicou. Para ele, é preciso que as entidades sindicais, junto à Anapar, retomem às mobilizações para garantir os direitos. “O processo de privatização é um ataque violento. E as entidades de representação dos trabalhadores precisam entender que tanto a previdência complementar tanto o plano de saúde é um direito dos trabalhadores”, explicou.