O Sindicato dos Engenheiros no Estado de Pernambuco (SENGE PE) solicita uma apuração rigorosa e transparente do trágico acidente envolvendo os trabalhos de recapacitação da linha de transmissão de 230 kV, da Chesf, no trecho entre as subestações de Camaçari e Cotegipe na Bahia, que culminou com a perdas das vidas de três trabalhadores e outros seriamente feridos.
Os trabalhos estavam sendo desenvolvidos por uma empresa terceirizada, porém não isenta a Chesf de sua responsabilidade, uma vez que a Companhia deve exercer uma fiscalização permanente das atividades contratadas. Portanto, defendemos, devido às mortes ocorridas, que a apuração deve ser feita não só pela Chesf, mas, também pelo Ministério Público do Trabalho e pela Polícia Civil.
Salientamos que a Chesf sempre possuiu um quadro próprio com quantitativo e competência necessária para o desempenho de suas atividades, porém, nos últimos anos, vem reduzindo fortemente o seu quadro de pessoal próprio, inclusive engenheiros, técnicos e especialistas nas atividades em questão. Se faz necessário identificar se a quantidade de profissionais que resta nas equipes de fiscalização atende aos critérios de boa prática na fiscalização, diante da complexidade das atividades desenvolvidas.
É preocupante o volume de acidentes com empresas terceirizadas, principalmente, no setor elétrico, onde 80% das mortes decorrentes de acidentes de trabalho são de terceirizados, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, DIEESE.
O Senge-PE lamenta o ocorrido e se solidariza com as famílias enlutadas externando os pêsames e o desejo do restabelecimento da saúde dos feridos.