Coordenados pelo vice reitor da UFPE Moacyr Araujo, cerca de 130 pesquisadores e 12 instituições participam do projeto “Biocomplexidade e Interações Físico-químico-biológicas em Múltiplas Escalas no Atlântico Sudoeste”

Entre outubro de 2022 e abril de 2023, equipes de duas universidades nordestinas (Universidade Federal de Pernambuco -UFPE e Universidade Federal da Bahia – UFBA), através do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), coordenadas pelo vice reitor da UFPE Moacyr Araújo e vice coordenada pelo pesquisador, doutor e professor da UFBA Jailson Bittencourt de Andrade, realizaram pesquisas na Antártica.
O projeto “Biocomplexidade e Interações Físico-químico-biológicas em Múltiplas Escalas no Atlântico Sudoeste”, denominado Mephysto, foi um dos projetos selecionados em 2018 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e integra a 41ª Operação Antártica. Foram cerca de 130 pesquisadores brasileiros e 12 instituições, 7 nacionais e 5 internacionais, envolvidos na ação que consistiu em relacionar padrões de turbulência a determinados tipos fitoplanctônicos de modo a elucidar as razões pelas quais a região da Confluência Brasil-Malvinas (CBM) é considerada um “hotspot” de diversidade fitoplanctônica. O objetivo principal é investigar, de forma interdisciplinar, o papel dos processos físico-químicos e biológicos na estruturação do ecossistema planctônico e nos ciclos biogeoquímicos na região da CBM, de modo a testar a hipótese da existência de uma maior diversidade em regiões de encontro de correntes de contorno.
Para alcançar o objetivo, a equipe fez observações oceânicas e atmosféricas, simulações numéricas e teoria ecológica envolvendo os parâmetros físicos e biogeoquímicos para o diagnóstico e a previsão da distribuição fitoplanctônica, da dinâmica do ecossistema bem como a sua resposta a mudanças climáticas no ambiente no Oceano Atlântico Sudoeste, com foco na CBM e sua extensão.
A expedição foi dividida em duas fases. De 9 de outubro a 02 de novembro de 2022, dez profissionais embarcaram do Rio de Janeiro até Punta Arenas (Chile). Foram profissionais de diferentes áreas: biologia, física e química, além de comunicação. Na segunda etapa, até a Antártica, e com retorno em 23 de novembro de 2022, o coordenador geral do projeto, Moacyr Araújo, juntou-se à expedição, e permaneceram na equipe três pesquisadores.
“Estamos fazendo uma parte da história do Programa Antártico Brasileiro. Para nós, é um orgulho estar participando disso e participando tão bem. As equipes estão extremamente bem treinadas, suportando as intempéries, o frio intenso. Às vezes, ficamos acordados por 24 horas, 30 horas direto, fazendo campanha e todo mundo lá trabalhando. É muito inspirador ver essa dedicação toda”, afirma Moacyr Araújo em entrevista para a Assessoria de Comunicação da UFPE.
Sobre a importância dessa pesquisa para o Brasil, ele explica: “a Antártica influencia bastante no clima do Brasil e no do Hemisfério Sul. Então, compreender o que está acontecendo na Antártica e em toda a ligação dela com o Atlântico Sul é fundamental para a gente entender a variabilidade do nosso clima. Isso tudo tem consequências diretas para a sociedade brasileira”.