As três investidas criminosas contra o Bradesco que ocorreram durante a noite do dia 8 e a madrugada do dia 9, nos municípios de Mirandiba, Santa Filomena e Caruaru indicam o que o banco é o novo alvo preferencial dos ladrões em Pernambuco.
A negligência da empresa e a incompetência das forças de segurança do governo do Estado têm maior impacto no Interior pernambucano, cujos municípios contam apenas com um efetivo de dois policiais para salvaguardar milhares de moradores.
“As fragilidades em segurança são encontradas em quase todas as agências, que estão funcionando apenas com autoatendimento em pequenos locais, com circulação de grande montante em dinheiro em espécie e sem nenhum esquema de segurança. Além da exposição à violência, as cidades do Interior pernambucano sofrem abalos na economia após o fechamento de agências bancárias e a falência do comércio local, elevando as taxas de desemprego, os índices de pobreza e de violência de modo geral”, avalia o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, João Rufino.
A criminalidade nas agências bancárias da Capital e da Região Metropolitana do Recife também chegou forte em 2018. Ações cada vez mais ousadas estão ocorrendo em municípios como Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Recife, além da subnotificação das “saidinhas bancárias” que ocorrem diariamente nas portas dos bancos. Na cidade do Recife, a prefeitura nem sequer faz cumprir a Lei de Segurança Bancária (Lei nº 17.647/2010) que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de dispositivos adicionais de segurança pelas instituições bancárias e financeiras.
O Mapa da Violência Bancária do Sindicato dos Bancários de Pernambuco já contabilizou oito ocorrências em 2018, quase uma por dia, contra as 17 registradas em todo o mês de janeiro de 2017. Importa destacar que de janeiro a dezembro do referido ano, a entidade contabilizou 183 ocorrências, dado que já revela a total falta de controle por parte da Secretaria de Defesa Social (SDS). Isso significa um aumento de 100% com relação ao mesmo período do ano base. “Tamanha incompetência do Estado e negligência dos bancos margeiam a irresponsabilidade e coloca em situação de risco milhares de trabalhadores bancários e milhões de pernambucanos, que estão expostos diariamente à criminalidade”, denuncia a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.
Os bancários e o povo pernambucano exigem que o governo do Estado de Pernambuco e os bancos assumam suas responsabilidades e cumpram seu papel de garantir o bem-estar e a segurança da população, dos bancá- rios e dos clientes.
Em novembro do ano passado, o Sindicato reivindicou à SDS a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para contribuir com o enfrentamento da violência bancária no Estado, mas o órgão até agora não se posicionou sobre a solicitação.