Senge-PE envia carta a empresas sobre cuidados com o coronavírus

Entre as recomendações, estão o trabalho remoto, rodízio de funcionários e flexibilidade nos horários de entrada e saída. Além dos cuidados com higienização dos espaços e garantia de distribuição de EPIs

O Sindicato dos Engenheiros no Estado de Pernambuco está encaminhando carta para empresas, privadas e públicas, com recomendações a serem tomadas diante da recente pandemia do COVID-19, novo coronavírus.

A intenção é unir forças para diminuir a velocidade da transmissão deste vírus, com a implementação de medidas que visem a segurança e a saúde dos trabalhadores. Para o Sindicato, “é necessário pensar em alternativas que promovam a redução do contato social, diminuindo a circulação de pessoas em mesmo ambiente e a exposição a espaços coletivos como ônibus, metrô e elevadores”.

As medidas recomendadas se baseiam nas orientações das autoridades competentes, como Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde e governos estadual e municipais. Entre elas, está a orientação para o trabalho remoto, sempre que possível, revezamento entre profissionais e a flexibilização dos horários de entrada e saída nas empresas, além de outras de igual importância.

No documento, além das recomendações, o Senge-PE enfatiza o caráter emergencial e peculiar da situação e reforça que os trabalhadores não devem ser prejudicados no que se refere a redução salarial ou contabilização da carga horária negativa no banco de horas.

Confirma abaixo CARTA CIRCULAR na íntegra

Prezados,

Diante da pandemia do COVID-19, novo coronavírus, avançando no mundo e ganhando uma maior proporção no Brasil e, consequentemente, no Estado de Pernambuco, o Sindicato dos Engenheiros no Estado de Pernambuco (Senge-PE) vem convidar esta empresa a unir forças para diminuir a velocidade da transmissão deste vírus, com a implementação de medidas que visem a segurança e a saúde dos trabalhadores e seus familiares, além de toda sociedade.

Reconhecemos, em primeiro momento, que esta empresa já tem tomado providências diante das orientações das autoridades responsáveis, mas se faz necessário enfatizar o caráter extraordinário e emergencial de medidas adicionais e necessárias. Do dia 18/03 para o dia 19/03, em um período de apenas 24h, foi contabilizado um aumento de 27% de casos, passando de 22 para 28 infectados, em Pernambuco, que assume o 5º lugar no ranking de estados brasileiros com mais contaminados. Além desses números, no dia 17/03 a contaminação comunitária, ou seja, aquela que não é identificada sua origem, foi registrada no município do Recife, o que aumenta o risco e a velocidade da propagação da doença.

Entendemos a dificuldade de algumas empresas em tomar medidas como o trabalho remoto, porém, é preciso, neste momento de crise mundial, priorizar a saúde dos seus trabalhadores, e garantir, claro, a continuidade das atividades. Para isso, é necessário pensar em alternativas que promovam a redução do contato social, diminuindo a circulação de pessoas em mesmo ambiente e a exposição a espaços coletivos como ônibus, metrô e elevadores. Em casos que a opção do trabalho remoto não seja possível, é preciso ter ainda mais cuidados.

Diante disso, propomos algumas medidas fundamentais, baseada nas orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e das autoridades estadual e municipal, para enfrentar este momento peculiar de altíssima gravidade, diminuindo a transmissão do coronavírus.

  1. Adotar o trabalho remoto a todos os profissionais que puderem adotar tal procedimento, dando prioridade aos grupos de risco (maiores de 60 anos, com histórico de doenças cardíacas, diabetes, doenças respiratórias, renais, grávidas e outros);
  2. Revezamento entre profissionais que não possam ser dispensados para trabalho remoto, no intuito de diminuir os quadros e reduzir a exposição à doença;
  3. Flexibilização do horário de entrada e saída, no sentido de evitar que os trabalhadores estejam nos horários de pico no transporte público;
  4. Suspensão de viagens, sejam elas internacionais ou não;
  5. Suspensão de eventos com mais de vinte pessoas;
  6. Realização de reuniões em formato virtual;
  7. Intensificar a higienização dos espaços, dando maior atenção para objetos em que as pessoas precisem tocar, como maçanetas, portas, mesas, etc;
  8. Cumprimento de protocolos de saúde entre todos os trabalhadores, inclusive os terceirizados, com distribuição de EPI (Equipamento de Proteção Individual), disponibilização de álcool em gel, garantia de intervalos para lavar as mãos, distância segura entre os trabalhadores.

Enfatizamos que cuidar da saúde dos trabalhadores é a forma mais eficiente desta empresa colaborar com o não agravamento da crise – na saúde e na economia global – que estamos vivendo. Compreendemos que tais medidas possam dificultar um pouco o desenvolver das atividades da empresa, mas reconhecemos como maior a busca pelo fim desse conturbado momento. Solicitamos, portanto, que em nada os trabalhadores sejam prejudicados, seja no que se refere a diminuição dos salários, seja no que se refere a contabilização de carga horária negativa no banco de horas.

Colocamo-nos à disposição para esclarecimentos a respeito do acima sugerido e também para permanecermos unidos em prol desta causa coletiva, que é a volta das atividades normais em todo o país com garantia de saúde e livre circulação sem impedimentos.

Atenciosamente,

Mozart Bandeira Arnaud

Presidente do SENGE/PE