“Divergir é saudável, não é saudável você não tolerar o divergente”, afirma José Nivaldo Junior

O II Roda de Conversa, realizado no dia 30 de maio, no auditório do Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco, teve como tema a Intolerância nas Relações Sociais e contou com a contribuição do historiador, escritor e publicitário José Nivaldo Junior. Na avaliação do historiador, a intolerância do ser humano tem origem no reino animal.

“A natureza atrai os semelhantes, e, naturalmente, leva a uma desconfiança com os diferentes, até porque no reino natural os diferentes, muitas vezes, são predadores”, defende.

Segundo Nivaldo, o combate à intolerância passa diretamente por uma boa educação e pelo exercício diário do respeito ao próximo. “Toda a intolerância, intolerância de opção sexual, de raça, de crença, tudo isso tem que ser combatido culturalmente e educacionalmente”, afirma.

Em sua explanação, o historiador enfatizou a importância de separarmos divergência de intolerância. “Divergir não quer dizer insultar, divergir não quer dizer não ter tolerância, divergir não quer dizer deixar de conviver. Divergir faz parte do processo de pensar. Divergir é saudável, não é saudável você não tolerar o divergente”.

Na opinião de Nivaldo, a intolerância na sociedade atual está relacionada com a desigualdade social, na qual poucos têm acesso à oportunidades e direitos e a maioria não tem. “Eu sou rico, ele é pobre. Eu sou patrão, ele é empregado. Eu sou senhor, ele é servo ou escravo. E aí as relações sociais passaram a ser marcadas por outro tipo de intolerância, a intolerância social”.

Há, por outro lado, as intolerâncias positivas, que, de acordo com o historiador, precisam ser destacadas no convívio social. “Se há alguma intolerância que é admitida é a intolerância contra a injustiça, a intolerância contra a maldade, a intolerância contra a discriminação, a intolerância contra a opressão”, conclui.

INTOLERÂNCIA NO FUTEBOL

Diante dos exemplos recentes de intolerâncias relacionadas com o futebol, Nivaldo enfatiza a necessidade do exercício da tolerância. “Se você não exercitar a tolerância, vai brigar, vai fazer o que as torcidas organizadas fazem, brigar por causa de futebol. Discordar, sim. Torcer contra, certo. Xingar no campo, até aí é o meu limite. Agora, jogar coisa, trocar tapa, ir para briga, marcar brigar e MATAR, matar por isso? Isso é alimentar a intolerância”.